Após consolidar sua posição como o maior exportador de algodão na safra anterior, o Brasil espera, com a colheita do algodão da safra 2024/25, fazer história mais uma vez.
Com uma produção total projetada em mais de 3,9 milhões de toneladas, os cotonicultores brasileiros revelam otimismo com os resultados da safra 2024/25, que já começou a ser colhida em diversos Estados brasileiros.
Neste blog, acompanhe o andamento da colheita do algodão da safra 2024/25, os principais desafios climáticos e fitossanitários superados até então e o que esperar do mercado de algodão para os próximos meses.
Colheita do algodão na safra 2024/25 é iniciada
Com mais de 81% das lavouras de algodão em estádio de maturação, a colheita do algodão da safra 2024/25 foi iniciada nos principais Estados produtores e segue em andamento nas próximas semanas.
O progresso da safra vem sendo acompanhado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), que publicou recentemente o 9º levantamento do acompanhamento da safra brasileira de grãos.

A colheita do algodão vem acompanhando o ritmo de maturação das lavouras de primeira safra e as condições climáticas, sendo impulsionada pela abertura de capulhos e também pela aplicação de dessecantes para antecipar e uniformizar a maturação.
Segundo a CONAB, até o dia 14 de junho, a colheita do algodão da safra 2024/25 alcançou um total 2,8%, sendo o avanço da colheita por Estado distribuído da seguinte forma:
- Maranhão: 0%
- Piauí: 12%
- Bahia: 8%
- Mato Grosso: 0,5%
- Mato Grosso do Sul: 3%
- Goiás: 4%
- Minas Gerais: 25%
Em relação à média de colheita do algodão dos últimos 5 anos, os Estados do Maranhão, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão com a colheita atrasada. Já Estados, como Piauí, Bahia, Goiás e Minas Gerais estão com a colheita adiantada, considerando o mesmo período avaliado.
Apenas alguns Estados vêm enfrentando limitações do clima para o avanço da colheita, como ocorreu no Mato Grosso do Sul com a queda das temperaturas que suspendeu a maior parte das atividades, já que o clima mais frio atrasa a maturação das maçãs do algodão. Mas, de forma geral, o clima mais seco tem favorecido as operações de colheita.

Para as lavouras de segunda safra, é esperado um tempo um pouco maior para a colheita, já que boa parte ainda permanece na fase de formação das maçãs.
Produção de algodão na safra 2024/25 cresce, acompanhada da expansão da área plantada
Com o início da colheita, cotonicultores de todo o Brasil estão com expectativas muito positivas. A atual safra promete superar os resultados da anterior, que consolidou o país como o maior exportador mundial de algodão.
Para safra de algodão 2024/25, é esperado uma produção de 3.912,8 milhões de toneladas de pluma, um valor 5,7% superior em relação à safra anterior. Esse resultado é um reflexo da expansão da área plantada nas regiões Norte, Centro-Oeste e, especialmente, Nordeste, alcançando um total de 2.081,5 mil ha na safra 2024/25.

Porém, o mesmo não se pode dizer da produtividade do algodão na safra 2024/25, que registrou uma queda de 1,2% em razão das instabilidades climáticas e questões fitossanitárias, que impuseram desafios no dia a dia do produtor.
Chuvas irregulares marcaram a safra 2024/25
Diversas regiões cotonicultoras brasileiras enfrentaram um clima instável na safra 2024/25, marcado por chuvas irregulares e mal distribuídas, estiagens e veranicos. Essa foi uma realidade nos Estados da Bahia, de Minas Gerais, Goiás, Paraná, Paraíba e Piauí.
Apesar da condição climática irregular ter impactado negativamente a produtividade do algodão, ela se deu de forma bem localizada em algumas regiões e afetou mais gravemente as lavouras de sequeiro, que também tiveram a qualidade da pluma comprometida.
Algumas regiões produtoras, como aquelas localizadas no Estado da Bahia, conseguiram alcançar um desenvolvimento satisfatório das lavouras mesmo com chuvas reduzidas, graças às reservas de água no solo.
Porém, o mesmo não ocorreu em outras regiões, como o leste do Estado do Goiás, em que a baixa precipitação, somada a solos com baixa capacidade de retenção de água, resultaram em perda de parte do potencial produtivo das lavouras.

Essas condições climáticas irregulares foram um reflexo do La Niña, um fenômeno oceano-atmosférico que provoca o aumento da precipitação nas regiões Norte e Nordeste e secas na região Sul, sendo as regiões Centro-Oeste e Sudeste as menos previsíveis.
Na safra 2024/25, ao La Niña se deu de forma mais atenuada e de curta duração. Apesar de ter afetado negativamente algumas regiões produtoras de algodão, outras acabaram sendo beneficiadas, como foi o caso do Estado do Piauí.
Pragas e doenças do algodão também causaram preocupação entre cotonicultores na safra 2024/25
Um outro reflexo das condições climáticas instáveis na safra 2024/25 se deu no manejo de pragas e doenças do algodão que, apesar de presentes, foram mantidos sob controle e não causaram prejuízos significativos.
Chuvas regulares e temperaturas amenas exigiram um controle rigoroso de pragas do algodão, como o bicudo, as lagartas Spodoptera, a mosca-branca e os ácaros. Já precipitações irregulares, altas temperaturas e dias nublados levaram ao aumento da pressão de doenças do algodão de origem fúngica, como a mancha-alvo e a ramulária.
Essas pragas e doenças continuam sendo monitoradas e manejadas pelos produtores brasileiros, que já começam a visualizar a negociação da produção nos próximos meses.
Mercado de algodão para safra 2024/25 está aquecido, mesmo com as instabilidades internacionais
Na última safra, o Brasil se consolidou como o maior exportador global de algodão. Agora, na safra 2024/25, produtores brasileiros buscam manter a posição e as expectativas são para o crescimento das exportações de algodão, que deve totalizar quase 3 milhões de toneladas.
Apesar disso, será necessário superar desafios devido às instabilidades e incertezas políticas no mercado internacional de algodão. Medidas tarifárias adotadas pelo governo dos EUA, alta taxas de juros e embates comerciais entre os EUA e a China podem impactar os investimentos e as exportações, como também abrir novas oportunidades para o setor algodoeiro brasileiro.
No mercado interno, o consumo deve atingir 770 mil toneladas, puxado pela indústria têxtil e as confecções nacionais, o que representa um crescimento de 2,7% em relação à safra anterior.
Mesmo nesse cenário de aumento das exportações e do consumo interno, ainda é esperado um incremento de quase 4% no estoque final de algodão na safra 2024/25, totalizando 2,49 milhões de toneladas.

Safra de algodão 2024/25 vem mostrando o legado do produtor brasileiro
Em suma, a safra de algodão 2024/25 reflete a resiliência e a expertise do produtor brasileiro, que vem superando adversidades climáticas e fitossanitárias para alcançar uma produção recorde mais uma vez.
Diante de desafios climáticos e pressão de pragas e doenças, o uso estratégico de tecnologias e inovações vem sendo crucial para otimizar a colheita, manter a qualidade das fibras e proteger o potencial produtivo das lavouras, projetando um futuro promissor e firmando o legado de excelência e determinação do produtor brasileiro.
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